quarta-feira, 10 de outubro de 2012

morte e vida nordestinas

Assim caminha o nordeste até o FIM; um poço artesiano  instalado com a parceria do governo estadual RN com o governo federal, no semiárido; (aliás, 93% do RN são indevidamente classificados como semiárido pela literatura brazileira - brazil com "z" já que a literatura daqui é  coPIADA dos USA); nessa área semiárida do RN toda água subterrânea é salgada até 200m de profundidade; o cloreto de sódio é apenas um de dezenas de outros minerais, muita matéria orgânica e microrganismos; até 100m de profundidade tem-se uma "gorda" turva, grossa, fedorenta, onde a água é solvente ou substrato; quando este mostrengo de ferro foi montado, há cerca de 5 anos, o inverno de 2.008, 2.009 e 2.011 foi normal, com mais de 1.000 litros de água DOCE das chuvas (1.000mm) por metro quadrado; as pessoas da área plantaram junto ao poço artesiano 4 ou 5 fruteiras - cajueiro, acerola, mamão, que cresciam rápido, verdes, colocando todos os dias 3 ou 4 litros de água do poço no tronco da planta; As pessoas eufóricas acreditando que as  plantas estavam se desenvolvendo por causa da água do poço; ledo engano: a água doce das chuvas, durante 4 a 5 meses de estação chuvosa, por ano, infiltrava-se no solo, mantendo-o úmido a maior parte do ano; as raízes estão no fundo da terra, onde apenas a água doce das chuvas era coletada;  o lixo-líquido do poço simplesmente escorria pela superfície da terra, junto ao tronco da fruteira; do ano 2.008 até a julho de 2.010 estas fruteiras (da foto)  dispunham, no chão, junto às raízes, de toda água DOCE necessária para se manter viva e saudável; de agosto de 2.010 até janeiro de 2.011 o chão já não tinha umidade com água doce para manter as plantas, começando a decadência das plantas, exatamente quando já era tempo de frutificarem; de janeiro a julho de 2.012  cada quilômetro quadrado dessa área recebeu 260.000.000 de litros de água doce das chuvas, ou seja, 260mm, ou 260 litros por m², mas 80% dessa água foram imediatamente para o Mar e o resto evaporou até 15 dias da última chuva do ano; o ano de 2.011 é para à comunidade científica do nordeste e para o Homem do campo, a maior seca da história, mas como se pode concluir desta informação científica, é uma seca cultural, fruto do analfabetismo científico brasileiro; Basta captar e armazenar, inteligentemente, a água doce das chuvas, PARA TUDO, em qualquer lugar do NE: Nas praias, nos mangues, nas abas das serras, nas chãs das serras, nas várzeas salinizadas, em cima do lajedo; Com relação às fruteiras plantadas junto a esse poço: vão murchar, secar e morrer antes que chegue a estação das chuvas de 2.013; triste sina nordestina.

Nenhum comentário:

Postar um comentário