terça-feira, 9 de outubro de 2012

morte e vida nordestinas

Nordeste do começo ao fim; antes de tudo, FRACO;
Curral de uma fazenda de gado bovino no semiárido; cerca de 30 cabeças, com 10 vacas em estado lactente; a média de leite por vaca é de 2 litros/dia, e para essa produção(?????) é preciso  deixar o(a) bezerro(a) afastado da mãe das 6 horas da tarde até o dia seguinte; na ordenha não há qualquer cuidado com a higiene - o animal passa a noite deitado em cima das fezes, inclusive sujando os peitos, ubres; pela manhã o ordenhador não lava as mãos, nem os peitos da vaca; é comum aplicarem-se solução de carrapaticida, ou contra moscas, no corpo do animal, escorrendo inclusive nos peitos da vaca; para o pecuarista essa solução só vem a aumentar o volume de leite coletado, e ele mesmo  bebe dessa solução sem receio, ou melhor, sem ter "ciência" de que está se contaminando; aplicam-se antibióticos e vacinas na vaca, mas não se interrompe a coleta de leite; no campo não há o que o animal comer, e para manter os animais nos 8 a 11 meses de verão, sem chuvas e sem pasto, compram-se ração a preço de ouro, inclusive o milho produzido no Brasil, que agora é exportado para os EEUU para fazer biocombustível para alimentar seu motor à explosão, combustão; após 6 ou 7 meses de verão, é comum ver-se o pecuarista amarrando suas vacas leiteiras, pela barriga, para assim mantê-las em pé para lhe extrair o leite; vaca e cria (bezerro, bezerra) em estado de magreza extrema, mas para o pecuarista nordestino o que ESCAPAR é lucro; o leite vendido, das 10 vacas leiteiras, é insuficiente para comprar ração para o plantel de 30 cabeças de gado bovino; a semiaridez no NE não é a terra, mas, sim o HOMEM. 10 Vacas em estado lactante, e não lactente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário