terça-feira, 26 de junho de 2012


Festas juninas, a festa do fogo.

O fogo é um agente de destruição incompatível com a vida, de tal forma que o fogo e a vida não podem ocupar o mesmo lugar ao mesmo tempo; onde tem fogo não tem água, não tem atmosfera, não tem vida, não tem Natureza. O fogo não existe por si só – depende da reação entre vários elementos químicos, entre os quais o oxigênio e carbono; o fogo depende da ignição e combustão; onde tem fogo, têm cinzas, fumaça, fuligem, carvão, elementos desprovidos de vida.
A relação do homem com o fogo, desde o homem das cavernas, é de temor, adoração, divindade. O Homo Erectus usava o fogo para iluminar e aquecer o ambiente frio de sua morada – a caverna; fora da caverna o fogo lhe parecia destruidor, sobrenatural; esta foi a relação do homem com o fogo durante milhões de anos; há 1,5 milhões de anos  o homem (Homo Erectus) incluiu a carne em sua dieta, mas como seu organismo não pode digerir a carne crua, o fogo passou a ser usado também  para assar ou cozer seu alimento. Há 3.000 anos o Homo Sapiens passou a usar o fogo, também, para trabalhar os metais – bronze, chumbo, estanho, cobre, ferro, prata, ouro, transformando-os em peças de utilidades ou ornamentais; Durante a vida terrena de Jesus Cristo, há 2.000 anos na Palestina, oriente médio, a iluminação da casa era feita por lamparina (lampião) que queimava gordura de animais, ou petróleo que aflorava naturalmente naquela região. A Palestina é um deserto aonde o calor durante o dia chega a 50ºC, mas à noite a temperatura pode baixar para zero grau centígrado, impossível de ser suportado pelo homem, razão pela qual se criou o hábito de acender um fogo  de lenha para manter a casa aquecida; nos aglomerados urbanos, vilas, havia um fogo em cada casa, e do lado de fora uma fogueira em torno da qual as pessoas ficavam conversando, trocando ideias.
Na parte fria da Europa, inclusive parte de Portugal, mantinha-se um fogo de lenha aceso na lareira, mesmo durante o dia; nas terras selvagens das Américas e África os selvagens usavam o fogo inclusive para homenagear seus deuses totêmicos (a ideia foi trazida para o Brasil nas seitas afro-brasileiras); Na América do Norte os selvagens usavam o fogo, também, para se comunicar com sinais de fumaça. O português medieval que colonizou o Brasil admirava o fogo já que a tecnologia da época dependia essencialmente da ação destruidora do fogo. Juntando-se a dependência do homem português com o fogo; mais a relação íntima, espiritual do escravo africano com o fogo; somadas à devoção que o índio brasileiro tem com o fogo, deu como resultado, as 3 fogueiras juninas do Nordeste, que acontecem nas noites de 12/13, 23/24 e 28/29 de junho, todos os anos.
O povo português, na sua religiosidade ingênua medieval introduziu na literatura brasileira, para justiçar a existência das fogueiras, a seguinte anedota: Izabel e Zacarias, pais de João Batista, moravam em uma colina, enquanto Maria, mãe de Jesus, prima de Izabel, morava no vale; Izabel daria à Luz a João Batista, 5 meses antes do nascimento de Jesus Cristo; Izabel teria dito a Maria que acenderia uma fogueira em sua casa, na colina, para avisar do nascimento de João Batista; a primeira controvérsia dessa estória é que, segundo a Bíblia Sagrada, Maria estava na casa de Izabel quando João Batista nasceu. Mesmo que essa estória justificasse a fogueira de João Batista, na noite de 23/24 de junho, mas o que dizer das fogueiras das noites de 12/13 e 28/29 de junho?
As fogueiras juninas são um verdadeiro estupro à vida; é difícil de entender que um ser racional possa acreditar que o fogo homenageia os santos  de Deus (o mesmo não se pode dizer dos santos do candomblé, macumba, feitiçaria).
As fogueiras nordestinas queimam a cada ano 52.200.000m³ de madeira verde (viva), desmatamento de cerca de 2.000 hectares de matas, ou 20 km², por ano. Esse FOGO tira da madeira verde 10.000.000m³ de água e gases que são lançados na atmosfera juntamente com 4.176.000kg de fumaça, poluição olfativa e visual, obstrução do sistema de respiração e fotossíntese, obstrução dos poros da pele dos animais, destruição da camada de ozônio, agravamento do efeito estufa, responsável pelas chuvas ácidas.
O termo “brasileiro” tem origem no pau-brasil da zona da mata nordestina aonde nasceu o Brasil; pau-brasil, da cor de brasa, Fogo; nas festas juninas tem fogueiras, balões, foguetes e foguetões que provocam acidentes (queimaduras ) nas pessoas, incêndios nas matas e todo tipo de poluição; essa cultura do fogo nordestino, originária da mesclagem cultural medieval portuguesa, cultura da pedra lascada indígena, cultura da pedra polida africana,  abrange outras formas do mal uso do fogo – as queimadas e coivaras na abertura de campos de lavoura e de pastagem; entre os séculos XVIII e XX essa cultura do fogo eliminou 80% da vegetação nativa da Região Nordeste;
O que acontece com um corpo animal ou vegetal, vivo, colocado no fogo brasileiro de 300ºC: Toda água e todos os gases do corpo evaporam ( na fumaça) para a atmosfera, que representa cerca de 70% do corpo; a massa orgânica lipídios, glicídios, açúcares evaporam em forma de fumaça para a atmosfera e parte vira cinzas, cerca de 26% do corpo vegetal ou animal; os 4% de elementos químicos minerais terão a estrutura alterada, integrando-se às cinzas.
Cada fogueira junina tem mais de um metro de lenha, ou 0,5m³ de massa vegetal, cerca de 500 kg. Depois do fogo restam, no local da fogueira, coivara, 2kg e cinzas, fuligem e carvão que causarão, indefinidamente, danos ao ambiente – à água nos lagos, açudes; ao solo com a grande concentração do elementos químicos sódio e cloro que na covalência se tornarão cloreto de sódio, e a combinação com o ácido nítrico criam-se o nitrato de sódio – salitre; a vegetação secundária no semiárido é menor do que 0,1m³ de massa vegetal por metro quadrado, de modo que cada fogueira (são 3 fogueiras) consome massa vegetal de 5m²; a fumaça resultante da queima da fogueira é lançada na atmosfera, mais de 4 mil toneladas durante os 22 dias das 3 fogueiras, no mês de junho; parte dessa fumaça e fuligem são rebocadas para a litosfera pelo AR e pelas chuvas, criando ácidos, contaminando o solo, a água e bloqueando a os poros da epiderme de vegetais e animais, um DESASTRE sem precedente. As fogueiras juninas são  primitivismos próprios do homem das cavernas, ideia demoníaca.

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