6)Administração e políticas públicas inválidas. Os
assentamentos do INCRA no Nordeste. Fotos de 1 a 6.
Para expor
essa matéria, de interesse dos poucos brasileiros responsáveis que ainda
existem, vamos registrar com dados e fotografias, o assentamento do INCRA no
agreste RN, tendo em vista que todos os assentamentos dos “com terra” no
Nordeste são igualmente um desastre social e econômico.
A fazenda Lagoa Nova foi adquirida por mais de 3
milhões de reais, incluindo as terras, máquinas agrícolas usadas(algumas em
sucatas), uma usina de moer cana-de-açúcar (sem ter cana para moer) e cerca de
2.000 cabeças de gado bovino; diferentes de outras ocupações de terras, pelas
“sem terra”, a fazenda foi ocupada a convite do fazendeiro tendo em vista que
somente o Governo Federal(INCRA) investiria esse montante de dinheiro em uma
propriedade que já havia falido na criação de gado, falido como plantio e
beneficiamento da cana-de-açúcar; terras esgotadas, salinizadas, com água
salgada nos lençóis subterrâneos e nos açudes. Os sem terra foram assentados em
1.999 recebendo (cada família assentada) recursos pecuniários, implementos
agrícolas, algumas cabeças de gado e uma cooperativa para o beneficiamento do
leite produzido no assentamento; até o ano 2.006 os Governos Federal e Estadual
construíram as moradias (240) das famílias e outras instalações de água,
energia elétrica, estradas carroçáveis, escolas, postos telefônicos, custos não
inferior a 4 milhões de reais; durante esse período(1.999 a 2.006) o Governo
Federal investiu em torno de 3 milhões de reais na compra de gado, na
famigerada “agricultura familiar” que não existe e nos programas
assistencialistas do PRONAF. A ideia inicial (que só funciona na teoria) era de
que essas famílias começassem a pagar essa dívida (6 milhões de reais) a partir
do 3º ano de ocupação(2.002), mas o fato é que as famílias não conseguem
produzir o alimento que consomem(O RN produz menos de 20% do alimento que
consome) e grande parte dos bens comprados com o dinheiro público foi
convertida em dinheiro para a compra de alimentos; das 6.000 cabeças de gado
bovino adquiridas restam menos de 1.000 cabeças.A produção (média) de leite
neste Município é de 4.000
litros por dia, mas a população é de 7.000 habitantes,
meio litro de leite por habitante. De 1.999 para cá teve 2 anos de inverno
normal (800mm a 1.00mm ao ano) em 2.000 e 2.004, mas também não houve produção
agrícola para alimentar as famílias assentadas, no verão de 8 meses.A lavoura
de subsistência – milho, feijão macassar e mandioca (para a farinha) já não
corresponde as expectativas (como há 100 anos) não só pela redução na oferta de
chuvas, mas também porque o solo agrícola foi arrancado pelo arado da
capinadeira, do trator e pela erosão; as melhores terras agrícolas, as várzeas
dos riachos temporários, estão salinizadas(com salitre, nitrato de sódio). As
famílias só têm alimentos da sua agricultura durante um mês do Ano, no momento
da colheita (quando tem) do feijão macassar, milho e mandioca, já que terão de
vender esses “produtos” para a aquisição de mercadorias que o roçado não
produz, mas ainda falta calçado, roupa, remédio, e não há como pagar as contas
de luz elétrica e de água. O pasto para o gado só existe durante a estação chuvosa
que varia de 2 a
4 meses por ano; no verão o alimento do gado seria o capim plantado nas
vazantes junto à água (represa) dos açudes, mas como a oferta de chuvas está
diminuindo ano após ano, os açudes tomam pouca água e quase sempre secam no verão.
Durante o verão as melhores vacas leiteiras não produz (cada uma) mais que 5 litros de leite, que é
vendido para a compra de ração, leite de 2 ou 3 vacas para comprar ração para
um plantel de 10 a
12 animais. A usina de moer cana-de-açúcar que foi adquirida (com os recursos
destinados à produção agrícola) por 800 mil reais foi vendida 4 anos depois, na
sucata, por 40 mil reais, sem retorno ( com alegação de capital de giro) para
os assentados. As (cerca) de 700 pessoas (240 famílias) sobrevivem com os
programas assistencialistas, paternalistas (90% de fome+) ou trabalhando em
outras atividades. Seria de bom alvitre que nos assentamentos do INCRA, no
Nordeste, construíssem também um cemitério para não sobrecarregar os das cidades do semi-árido nos próximos 10 anos.
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