quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Educação ambiental.


9- Curiosidades locais.
    No interior do Nordeste é comum ver-se pela manhã e à tarde pessoas com balaios na cabeça vendendo pães; são os pãozeiros. Um deles tinha no seu trajeto um cemitério por onde passava duas vezes ao dia – de madrugada quando ia entregar o pão da manhã, e à noite quando voltava da entrega do pão da tarde. Um dia o pãozeiro ouviu uma voz de dentro do cemitério que dizia assim: pãozeiro quer ficar rico? O pãozeiro saiu correndo com o balaio e pães na cabeça, perdendo metade dos pães pelo caminho; isto aconteceu outras vezes; um dia o pãozeiro contou para sua esposa, afirmando que estava com medo de passar junto ao cemitério, mas não havia outro caminho; a esposa falou: deixe de besteira, ome; essa alma quer te dar dinheiro (conhecida no Nordeste como botija). O pãozeiro pensou na ideia de ficar rico e deixar aquela vida sacrificada de entregar pão; afinal iria realizar o seu sonho de ficar rico com apenas um encontro com a alma que estava precisando se desfazer da botija (para se salvar). No dia seguinte o pãozeiro bebeu meia garrafa de aguardente antes de sair de casa, pela manhã, e guardou a outra meiota para quando voltasse à noite; às 22 horas estava voltando da entrega de pães e ao chegar junto ao cemitério, depois de tomar a meiota de aguardente, botou o balaio no chão e aguardou o chamado da alma; subiu no muro e ouviu a voz: pãozeiro quer ficar rico? O pãozeiro respondeu – quero! A alma disse: vá se lascar! O pãozeiro respondeu: vai tu, alma fresca.


Essa estória  foi muito divulgada, na década de 60, em uma região do RN.
Transcrito do Informativo "O Veredicto".
Educação ambiental também é folclore, literatura.

Nenhum comentário:

Postar um comentário