Foto nº. 2
No Nordeste há milhares de pessoas que em pleno Século XXI
se dedicam exclusivamente à captura de pássaros cantadores e aves exóticas para
vender no comércio de “criadores de pássaros”. Esses animais são presos em
gaiolas ou confinados em outros tipos de aprisionamentos; o pássaro que não
canta ou não tem beleza estética (na concepção do homem), vira caça, vira
comida. Pássaros como o canário da terra, craúna, concris, curió, sanhaço,
foram extintos ou estão em fase adiantada de extinção, o que significa que o
preço por sua “cabeça” foi multiplicado; há grupos de pessoas que se embrenham
no sertão em busca desses pássaros raros. Até a década de 60 (1.960...) o
pássaro galo de campina foi o mais procurado pelos criadores, não só pela
beleza de sua plumagem, mas principalmente pelo canto inconfundível, desde as 3
horas da manhã ao por do Sol; a maioria das casas do sertão nordestino tinha um
galo de campina macho (o cantor) ou o macho e a fêmea mantidos separadamente em
duas gaiolas, uma forma de forçar o macho a cantar para sua amada (perto dos
olhos e longe do coração) até, segundo dizem, ficar tuberculoso, de tanto
exercitar o seu canto. Mas o galo de campina encontrou uma forma de sobreviver
à selvageria do homem – mudou o hábito alimentar e, consequentemente, não canta
como antes e ainda, confundiu o homem quanto ao novo hábito alimentar em gaiola. O galo de
campina não serve para se comer; tem um corpo com menos de 100 gramas de peso e sua
carne se deteriora logo após a morte. Isto aconteceu da seguinte forma: o galo
de campina era insetívoro durante a estação das chuvas (quando há insetos em abundancia),
mas no verão comia sementes de gramíneas; hoje o galo de campina se alimenta de
fezes, os 12 meses do ano. Para que cantar?
Existe uma música do cancioneiro Luiz Gonzaga
(nordestino famoso) que faz apologia ao crime de se furar os olhos do “assum preto” pra ele assim cantar mior (melhor).
Educação ambiental, PURA; transcrito do Informativo "O Veredicto" Desta Fonte Didática e Metodológica para a Ecologia e o MEIO AMBIENTAL da Região Nordeste - FEMeA.
Nenhum comentário:
Postar um comentário