quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Educação ambiental.

Sertão; problemas e soluções - 5. vendo-se esta casa sede de fazenda em ruínas,  abandonada no sertão RN, fica difícil imaginar que na época de sua construção tudo era diferente, em termos de clima; é possível que o sertão já teve clima diferente do que é hoje, se essa casa, tapera, tem pelo menos 150 anos? O que seria diferente, em termos de clima para justificar esse empreendimento? A oferta de chuvas, a temperatura, a umidade do ar, direção e intensidade dos ventos, a evaporação de água dos açudes, do chão, dos corpos vivos eram diferentes do que  hoje, inviabiliza um investimento nesse lugar. O Brasil nasceu na zona da mata nordestina por causa da oferta de chuvas de mais de 2.000L/m²/ao ano; todos os rios, riachos e córregos eram perenes; o solo massapê da zona da mata era um dos mais férteis do Brasil; próxima ao litoral, o que facilitaria o deslocamento de pessoal e escoamento da produção para os centros urbanos da Europa; mas a zona da mata NE é pequenina, cerca de 90.000  km²; a secular  monocultura da cana de açúcar arrebentou com a zona da mata NE, além de ser a área mais densamente povoada do NE; o colonizador que vivia no litoral, feito caranguejo,  teve de fugir do congestionamento da zona da mata, adentrando no sertão NE, onde a oferta de chuvas era de (média) 500mm ao ano, 1/4 da oferta de chuvas da zona da mata; os rios temporários, muitas pedras por todo sertão, e uma seca, com 300mm ao ano, a cada 5, ou 8 anos, quando todo sertão tomava um aspecto feio e estranho; os rios não tinham água corrente, os animais morriam  de sede; mesmo assim a vasta área do sertão era boa para a criação de gado bovino; existiam os brejos de altitudes, fontes de água doce que nunca secavam; mesmo com os 300mm de chuvas, nascia muito pasto, comer para o gado; nas várzeas dos rios tinha  pasto verde o tempo todo; no leito de areia dos rios dava cacimbas com água ligeiramente salobra, mas abundante; no tempo do Brasil Holandês (ver C. Cascudo) a capitania do RN era grande fornecedora de carne de sol para a  Companhia das  Índias, e Mauricéa(PE); Nos Séculos XVII e XVIII o RN teve a ERA do couro, onde praticamente tudo na casa da fazenda era de couro: cama, mala, cadeira, depósito para água, depósito para cereais, legumes, chapéu, calçado, cinturão, arreios dos cavalos, cangalha, portas internas da casa....

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