A agricultura e pecuária do Nordeste transformaram-se
em um jogo de sorte ou azar – é loteria. As
fotos 1 e 2 mostram o agricultor do semiárido fazendo sua agricultura de
subsistência, de milho e feijão, no dia 12 de maio de 2.005, quando o volume de
chuvas, a partir deste dia, foi suficiente para umedecer o chão ressequido por
9 meses de Sol intenso. A estação chuvosa deveria ter começado em meados de
janeiro, há quatro meses, devendo chegar até meados de junho; de 12 de
maio a 15 de junho são 33 dias; mesmo que chova normalmente nos próximos 30
dias, mantendo o solo constantemente úmido, haveria produção de feijão
macassar, mas não haveria produção de milho que exige um tempo maior de solo
úmido. Em 2.005 o volume de chuvas no semiárido é inferior a 50% do normal – 400 mm – a seca verde: há
folhas e flores nas plantas nativas (adaptada ás condições climáticas), mas não
haverá produção de alimentos para o Homem, nos 12 meses do ano; não haverá
pasto para alimentar o gado nos 8 meses de verão, a seguir.Os 400mm de chuvas,
em três meses de estação chuvosa, no semiárido de 1.000.000 km², correspondem
a uma lâmina de água, nesta área, de 40cm de espessura, um verdadeiro dilúvio,
mas apenas 29% dessa água ficam nas terras emersas(semi-árido); 16% nos açudes
e barragens(80% dessa água evaporam ou se transformam em água salgada até
outubro de 2.005); 4% dessa água são absorvidos, durante os 3 meses de chuvas,
pelos corpos de vegetais e animais, em um ciclo de evaporação em 15 dias de Sol
intenso; os 9% restantes dessa água se infiltram no chão para formar ou suprir
os lençóis de água subterrânea(limitação imposta pela impermeabilização da
terra, por conta das agressões ambientais, principalmente no fogo das coivaras,
queimadas, fogueiras). Até início do Século XVII, antes da colonização do
sertão nordestino, a infiltração de água das chuvas, no chão, poderia chegar a 40% no cerrado, 10% na caatinga e 60% nas várzeas dos rios. O desmatamento
desordenado é outra causa na redução de infiltração de água das chuvas, no
chão, o que não acontece em terreno arenoso (mesmo com o desmatamento), como é
o caso da região de Natal-RN, onde 80% da água precipitada no chão, pelas
chuvas, se infiltram no terreno. A água que abastece Natal e outras cidades
vizinhas vem dos lençóis subterrâneos (70%) e das lagoas costeiras (Bonfim). A
água dessas lagoas vem, sob pressão, dos lençóis de
Informativo
O Veredicto, Ano 01, número 03, RNNEBR, 31/05/2.005.
água
subterrânea reabastecidos pela água da chuva infiltrada no terreno. Acontece
que o índice pluviométrico em Natal-RN baixou de 2.000 mm ao ano, para
(média) 1.200 mm
ao
ano. Isto significa que até o ano 2.050 acaba toda água doce potável que
abastece Natal-RN, principalmente porque o material das fossas sépticas (70%)
também encontra facilidade para se infiltrar nesse terreno arenoso, contaminando
os lençóis de água subterrânea.
Para
enfrentar a escassez de chuvas no semiárido a captação de água das chuvas (acima
de 300 mm
ao ano) deve ser de 20%; uma das ideias é possível perfurando-se poços no solo argiloso das
várzeas dos rios e criar, em torno do poço, uma área de captação da água das
chuvas; digamos 10 poços por hectare. Em três anos a água subterrânea do
sertão, que hoje é salgada, seria água doce, como é o caso de Natal-RN.Captar e
armazenar, racionalmente, a água H2O pura das chuvas, nos valores disponíveis, é a (única) solução para se extirpar a seca.
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