domingo, 2 de março de 2014

Educação ambiental.


3) o homem da terra. O carvoeiro. Ver foto da carvoaria.


    O carvão vegetal  é resultado da queima de madeira verde, queima de vida, e tem por finalidade(alegada) a produção de energia calorífica para a transformação de matéria bruta nas indústrias ou para cozinhar a comida do homem. Toda energia dos seres vivos vem do Sol e das reações físico/químicas que acontecem com os nutrientes minerais, gases e água dentro das células dos organismos vivos. O vegetal capta a energia do chão(nutrientes minerais), da Luz solar(fotossíntese) e do Ar Atmosférico(os gases). Isto significa que a energia transformada e armazenada no corpo do vegetal é maior do que a energia física armazenada no corpo animal; Mas no Homem há outras formas de energias, inclusive desconhecida do Homem; grande parte da energia do corpo animal vem das plantas, nos alimentos; tudo o que o homem come vem das plantas, inclusive o peixe do Mar. Além dos recursos para a captação da energia, a maior parte do vegetal é tecido lenhoso, é carbono, que é carbonífero, fogo, carvão. A produção de carvão é muito intensa nos cerrados de Minas Gerais e Goiás, junto das indústrias de ferro e aço, a  exemplo de Volta Redonda-RJ, mas na maior parte do Brasil as indústrias queimam lenha nas fábricas de gesso, cal, artefatos de argila(telhas, tijolos...); a fumaça resultante da queima de madeira verde, viva, é basicamente carbono sólido derivado do tecido lenhoso (celulose) das plantas, estranho na atmosfera onde o carbono está em forma de gás carbônico. O carbono sólido na atmosfera forma, com os gases NHO3, o ácido nítrico, a chuva ácida, altamente destrutivos para a respiração aeróbica e também quando sentam no chão. Se a fumaça da queima de madeira verde fosse incorporada imediatamente ao chão, ao invés de lançada no Ar, seria menos nociva à vida porque seria parcialmente absorvida pelas plantas; a carvoaria é uma vala rasa escavada no chão e nela são colocados os ramos, caules das árvores cortadas, coberta com a própria areia retirada da vala, deixando-se duas janelas nas extremidades, uma para se atear o fogo e a outras é o “suspiro” por onde sai a fumaça para o Ar. Essa fumaça é tão danosa à respiração que o carvoeiro evita aproximar-se da carvoaria nesse período de queimada. No semiárido, principalmente nos assentamentos do INCRA, o homem sobrevive fazendo carvão ou vendendo lenha extraída da vegetação secundária; 85% da vegetação nativa do sertão e agreste foram devastadas para os campos de lavoura e de pastagem do gado; agora a vegetação secundária está sendo transformada em carvão e lenha, principalmente a jurema, leguminosa adaptada às novas condições climáticas de deserto. Um hectare de vegetação secundária fornece 1.000m³ de massa vegetal; um saco de carvão com 15 a 25 kg consome 0,25m³ de massa vegetal, 4.000 sacos por hectare; o desmatamento e a montagem da carvoaria para queimar 1.000m³ de lenha consomem 90 dias de serviço; vem os custos para colocar e vender o carvão no mercado (cidade) onde há(no Nordeste) outras fontes de energia mais limpas para se cozinhar; a jurema cortada vai precisar de 10 anos para recuperar a massa vegetal perdida, mas se fosse outra árvore não leguminosa, sua morte estaria decretada com o corte da lenha. Para o Governo e para a comunidade científica a extração de lenha é um mal necessário, mas para  Mãe-natureza é um estupro à Vida.

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