3) o
homem da terra. O carvoeiro. Ver foto da carvoaria.
O
carvão vegetal é resultado da queima de
madeira verde, queima de vida, e tem por finalidade(alegada) a produção de
energia calorífica para a transformação de matéria bruta nas indústrias ou para
cozinhar a comida do homem. Toda energia dos seres vivos vem do Sol e das
reações físico/químicas que acontecem com os nutrientes minerais, gases e água
dentro das células dos organismos vivos. O vegetal capta a energia do
chão(nutrientes minerais), da Luz solar(fotossíntese) e do Ar Atmosférico(os
gases). Isto significa que a energia transformada e armazenada no corpo do
vegetal é maior do que a energia física armazenada no corpo animal; Mas no Homem há outras formas de energias, inclusive desconhecida do Homem; grande parte da energia
do corpo animal vem das plantas, nos alimentos; tudo o que o homem come vem das
plantas, inclusive o peixe do Mar. Além dos recursos para a captação da
energia, a maior parte do vegetal é tecido lenhoso, é carbono, que é
carbonífero, fogo, carvão. A produção de carvão é muito intensa nos cerrados de
Minas Gerais e Goiás, junto das indústrias de ferro e aço, a exemplo de Volta Redonda-RJ, mas na maior
parte do Brasil as indústrias queimam lenha nas fábricas de gesso, cal,
artefatos de argila(telhas, tijolos...); a fumaça resultante da queima de
madeira verde, viva, é basicamente carbono sólido derivado do tecido lenhoso (celulose) das plantas, estranho na atmosfera onde o carbono está em forma de gás
carbônico. O carbono sólido na atmosfera forma, com os gases NHO3, o
ácido nítrico, a chuva ácida, altamente destrutivos para a respiração aeróbica
e também quando sentam no chão. Se a fumaça da queima de madeira verde fosse
incorporada imediatamente ao chão, ao invés de lançada no Ar, seria menos
nociva à vida porque seria parcialmente absorvida pelas plantas; a carvoaria é
uma vala rasa escavada no chão e nela são colocados os ramos, caules das
árvores cortadas, coberta com a própria areia retirada da vala, deixando-se
duas janelas nas extremidades, uma para se atear o fogo e a outras é o
“suspiro” por onde sai a fumaça para o Ar. Essa fumaça é tão danosa à
respiração que o carvoeiro evita aproximar-se da carvoaria nesse período de
queimada. No semiárido, principalmente nos assentamentos do INCRA, o homem
sobrevive fazendo carvão ou vendendo lenha extraída da vegetação secundária;
85% da vegetação nativa do sertão e agreste foram devastadas para os campos de
lavoura e de pastagem do gado; agora a vegetação secundária está sendo
transformada em carvão e lenha, principalmente a jurema, leguminosa adaptada às
novas condições climáticas de deserto. Um hectare de vegetação secundária
fornece 1.000m³ de massa vegetal; um saco de carvão com 15 a 25 kg consome 0,25m³ de massa
vegetal, 4.000 sacos por hectare; o desmatamento e a montagem da carvoaria para
queimar 1.000m³ de lenha consomem 90 dias de serviço; vem os custos para
colocar e vender o carvão no mercado (cidade) onde há(no Nordeste) outras fontes de
energia mais limpas para se cozinhar; a jurema cortada vai precisar de 10 anos
para recuperar a massa vegetal perdida, mas se fosse outra árvore não
leguminosa, sua morte estaria decretada com o corte da lenha. Para o Governo e
para a comunidade científica a extração de lenha é um mal necessário, mas para Mãe-natureza é um estupro à Vida.
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