domingo, 6 de outubro de 2013

Educação ambiental.

Nas várzeas do rio Potengi-RN, a predominância de uma gramínea, popularmente chamada "pirrichil" que só nasce aonde o teor de salitre, nitrato de sódio - NaNO3 é muito alto; não há qualquer outra planta (conhecida no NE) que possa nascer e viver nesse terreno salinizado, exceto a algaroba, planta arbórea originária de desertos salinizados das Américas. Em postagens recentes, anteriores, explicamos que o nitrato de sódio, salitre, é o ácido nitrico - HNO3, mais o sódio abundante nas cinzas da queimada de madeira, acumulada nas várzeas dos rios do semiárido, produto de 200 anos de fogo intenso na vegetação nativa. O nitrato de sódio, e o nitrato de potássio - KNO3 são usados na correção de solos alcalinos, que não é o caso dos solos do semiárido naturalmente acidulados por conta do terreno da caatinga. Para corrigir a acidez dos solos, inclusive o salitre, emprega-se carbonato de cálcio - CaCO3, muito abundante no sertão Nordestino, na pedra calcário; Mas, enquanto o salitre é criado pelo excesso de queimadas ( o ácido nitrito criado na atmosfera e as cinzas no chão), a Cal, carbonato de sódio, pedra calcário, só se produz queimando-se a pedra(dura) em fornos  aquecidos pela queima de madeira, mais uma agressão ambiental. 30% das várzeas dos rios do semiárido nordestino têm salitre; o salitre, combinação eletrônica de ácido nítrico e sódio, é uma ação das intempéries, na várzea do rio, quando a água das chuvas, solvente e substrato da Natureza junta esses dois elementos químicos na várzea, e a Energia luminosa e calorífica do Sol completa a produção do NaNO3;  sabe-se que o salitre é criado na superfície do solo das  várzeas do rios; há 200 anos não havia salitre no semiárido NE; à medida que o Homem foi queimando madeira, para abertura dos campos de lavoura e de pasto do gado, o salitre ia se acumulando nas várzeas; nas várzeas argilosas o salitre já atingiu uma camada superficial do solo que pode chegar a 50cm, já que a água DOCE das chuvas leva-o para baixo do solo, com a drenagem; nas várzeas mistas, com solo argiloso/arenoso o salitre se distribuiu, pela força da água (drenagem) das chuvas, em uma camada de solo muito maior, e assim o teor de salitre na superfície é muito baixo, podendo-se plantar capins irrigados no verão (com água do lençol freático - cacimbas - da areia do leito do rio), e na época das chuvas, água doce  abundante, pode-se plantar milho, feijão, fava, batatas, jerimuns; a grama pirrichil que nasce no salitre tem a seiva do corpo salgada, mostrando se tratar de uma planta altamente adaptada ao terreno salinizado, que assim poderia ser empregada para tirar o salitre: planta-se sementes de pirrichil, e quando a grama estiver adulta (a exemplo do pirrichil da fotografia) arranca-se, e faz-se novo plantio e assim a cada colheita (arranca) vai diminuindo o salitre; o gado bovino tolera muito bem o pirrichil como ração, e poderia-se fazer silagem dessa "ração" abundante, guardando as características fisiológicas da planta para alimentar o gado na seca; A presença do salitre na várzea do rio é a principal causa da salinização da água, já que as várzeas e o leito do rio são integrados pelos elementos do ciclo da Água: chuvas, evaporação, água corrente nas superfícies das várzeas e do leito; água subterrânea (o mesmo lençol subterrâneo nas várzeas e no leito do rio); o fato do leito do rio ser composto de areia grossa, lavada, de fácil drenagem, o salitre e/ou o cloreto de sódio - NaCl são facilmente removidos com a pressão da água das enchentes; Hoje praticamente não existe produção de alimentos nas várzeas dos rios do sertão Nordestino, mas com medidas simples poderia-se acabar com o salitre das várzeas dos rios, e pode-se com qualquer volume de chuvas anuais armazenar, seguramente, sem perda, sem fuga, sem contaminação, água doce das chuvas na areia do leito dos rios. A exemplo de toda grama de pequeno porte,  grama pirrichil tem ciclo de vida curta, e costuma secar e morrer todos os anos, no verão, mas quando caem as primeiras chuvas do ano renasce com um vigor impressionante.

Nenhum comentário:

Postar um comentário