4)Elemento
da flora/fauna da terra. A caçada.
Em
qualquer lugar da Terra a fauna é, em número, porte e variedade de espécies
proporcional ao nível de cobertura vegetal, porque o Reino Vegetal é produtor
de alimentos; por outro lado o porte, variedade e número de vegetais, em
determinada área, depende do equilíbrio das variáveis atmosféricas dos 4
elementos da Natureza – Energia luminosa e calorífica do Sol, Ar
Atmosférico(21% de oxigênio, 78% de nitrogênio+) solo orgânico mineral e água
no estado líquido(doce nas terras emersas e salgada nos Oceanos).
O
semiárido natural do Nordeste é apenas a caatinga, palavra indígena (não é
científica) que significa área de vegetação arbustiva (até 3m de altura, quando
adulta) dispersa, rala, clareiras com 2 a 8 quilômetros quadrados de área,
ligeiramente ondulada, não tem solo(de sedimentação), coberta de lajedos e
pedras miúdas, irregulares, cortantes, terreno impermeável à água e
impenetrável pelas raízes(profundas) das árvores. As árvores da caatinga estão,
apenas, nas margens dos riachos temporários, porque têm solo. Os arbustos da
caatinga são mufumbo, pereiro, marmeleiro, velame que não passam de 3m de
altura. O cacto predominante é o xiquexique; mandacaru e facheiro só nascem
onde tem solo; a coroa-de-frade e a macambira nascem junto dos lajedos ou em
solo raso.
As
caatingas estão rodeadas de vegetação e solo de cerrado (hoje extintos,
eliminados).
O
sertão nordestino com 500.000km² é a área onde estão inseridas as caatingas,
ocupando 50% dessa área. No restante do sertão nordestino estão 50.000km² de
leito de rios (secos) e suas várzeas; 70.000km² que fora ocupado pelos
cerrados, 130.000km² ocupados pelas bases das modestas (e inúmeras) serras. A
flora e a fauna do sertão estavam adaptados às variáveis atmosféricas dos 4
elementos da Natureza, à oferta de chuvas, ao relevo, e à estiagem de 9 a 11
meses que acontecia por conta da ação de El Ñino.
A
primeira estiagem prolongada foi de 1.877 a 1.879, quando 60% da vegetação
nativa tinham sido eliminadas para os campos de pastagem do gado e para
agricultura; conseqüentemente o índice de chuva diminuiu e mudou a freqüência
de estiagem.
Em
1.990 a flora do sertão estava reduzida a 20% e a fauna reduzida a 6%. A área
que antes era cerrado foi totalmente devastada, sendo hoje ocupada por
vegetação secundária de caatinga e, com o desmatamento a espessura do solo
(desprotegido) foi reduzida ou o solo foi extraído pela erosão.
O
índio caçava e pescava, diariamente, apenas o necessário para comer durante
aquele dia; com a colonização do sertão o português explorador e seu escravo
(africano) matavam os animais por diversão, armazenavam a carne dos animais
caçados (com sal) e empregavam armas de fogo. O efetivo indígena caçava também
à noite no chamado facheio (com facho de luz) de aves e pássaros, ou nas
“esperas”, sobre as árvores, para caçar grandes animais alvejados por flexas ou
armas contundentes. O pequeno efetivo indígena do sertão estava limitado pela
oferta de alimentos – caças e peixes;
Os
peixes estavam nas pequenas lagoas que secavam durante o verão, mas no leito
dos rios temporários existiam os poços (escavados pelas enchentes)que
permaneciam com peixes, de um ano para outro. Os rios que hoje são temporários
permaneciam com um filete de água
corrente durante o verão; hoje no sertão existem rios que passam 3 a 5 anos sem
receber água. Existiam também, até o final do Século XVIII, os chamados brejos
de altitude que alimentavam, com sua água, os rios do sertão.
Em
conseqüência da degradação ambiental gerada com a eliminação da flora o clima
do sertão nordestino sofreu, nos últimos 100 anos, uma mudança que Mãe-natureza
não teria condições de fazê-lo em 10 mil anos. O Homem brasileiro destruiu o
ambiente, mas não sabe consertá-lo; só nos resta a morte.
Transcrito do Informativo O VEREDICTO, desta mesma Fonte.
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