quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Educação ambiental.

Na postagem anterior vimos o carnaubal morrendo no sertão nordestino; vimos apenas o que se pode testemunhar na parte que fica junto à BR 304, no sertão, mas o problema é generalizado em todo semiárido nordestino, aonde essa palmeira se estabeleceu há milhares de anos; olhando-se atentamente para essas carnaúbas, desta fotografia, vemos que as carnaúbas foram queimadas, fogo proposital que anualmente é usado pelos donos dos carnaubais como forma de evitar que a carnaúba se torne muito viçosa, cresça muito (naturalmente) e assim, muito alta,dificulte a coleta das palhas. Portanto, o fogo aqui é pura tecnologia, digo, estupidez científica. As terras das várzeas dos rios temporários (e dos secos) do sertão nordestino é um solo de sedimentação muito denso, podendo chegar a 10m de espessura, assentado na rocha matriz ( E não tem subsolo); é material arrastado das caatingas, nível de terreno mais alto que a calha do rio, pela água corrente das chuvas (no seu tempo) e pelo vento: matéria orgânica vegetal, animal; excrementos, matéria orgânica decomposta; terra, minerais; são as terras mais férteis do NE, e sendo ligeiramente planas, e argilosas, as várzeas não sofrem lixiviação de nutrientes, nem erosão, mesmo sabendo-se que durante as enchentes desses rios a água cobre as várzeas (trazendo mais aluvião); já explicamos em outras postagens que a degradação ambiental secular criada pelas atividades predadora do Homem mudou drasticamente o clima do semiárido, que já era frágil e não suportava o mesmo crime ambiental que se pratica, por irresponsabilidade, incompetência, analfabetismo científico,  no restante do Brasil; Nas várzeas desses rios existiam  oiticicas com 30 metros de altura, com uma copa cobrindo uma área de mais de 200m², com massa vegetal de 30m³; algumas dessa arvores se salvaram da devastação por 2 motivos: 1) sua amêndoa oleoginosa teve muitas aplicações na indústria; 2)  É uma árvore que está sempre enfolhada, uma sombra primordial para o gado ( a fauna local) "sombrear" durante o verão de Sol intenso; mas se a amêndoa, semente da oiticica já não tem utilidade; e se já não tem gado, nem fauna para se abrigar á sua sombra, a oiticica vira lenha, ou morre sem se reproduzir. Nas várzeas desses rios e nos pés de serra existia uma árvore popularmente chamada de "caibreira", de grande porte, madeira excelente, de qualidade, para a fabricação de tábuas para as portas, janelas, tacos(piso), sótão, móveis de madeira; apesar da exploração intensiva das várzeas dos rios do sertão, com a agricultura do fogo, o Homem jamais esgotará sua fertilidade, ou mudará o seu relevo, embora 30% dessas várzeas do semiárido estejam salinizadas, com salitre, nitrato de sódio criado com as atividades predadoras do Homem.

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