sábado, 18 de maio de 2013

Educação ambiental

O agricultor do semiárido arando a terra com uma capinadeira puxada por um cavalo, ou uma égua. O animal para esse serviço recebe um grande treinamento, bastante disciplinado e obediente; no momento de descanso ele aproveita para comer alguma planta, todavia não come a lavoura de milho e feijão que está ao seu lado, e apesar de ser mais saborosa e nutritiva do que o pasto (plantas) natural. Essa terra foi antes arada pelo trator, um serviço público prestado pelas prefeituras do semiárido, desde as primeiras chuvas do ano (quando dispõe do trator, operador e combustível) quando então será feita a semeadura de feijão macassar e milho, em filas, uma fila para cada lavoura, ou as vezes é feita alternadamente, na mesma fileira ou "carreira"; Mas cientificamente há vários tipos de agressões nesse tipo de agricultura, com relação ao clima e ao terreno; Esse espaço aberto, desmatado há 20 ou 30 anos, vem sendo explorado, nesse processo agrícola todos os anos, sem qualquer chance de nascer plantas, senão a lavoura plantada, milho e feijão, que do plantio à colheita leva até 80 dias, e o restante do ano a terra fica nua, desprotegida, sujeita ás agressões da luz solar; esgotamento do solo, já que nunca há reposição de nutrientes, mas principalmente por que o terreno arenoso é em declive de 2 a 5%, de modo que o arado do trator, da capinadeira, e as chuvas vão, ao long de 20 anos de exploração arrancando o solo arenoso; esse terreno de cerrado tinha plantas nativas, árvores com até 15 m de altura, massa vegetal de 0,3m²/m², e hoje NU, ou seminu durante a maior parte do ano; após a colheita do milho e feijão a massa vegetal dessas plantas vai ser alimentos do gado, e o espaço vira cercado de solta de animais, que com seus cascos vão soltando a terra seca, facilitando a erosão pelo vento; esse tipo de terreno de arisco, no semiárido, tem uma espessura de mais de 2m, mas com a exploração ao longo de dezenas de anos deve está reduzida a menos de 80cm, devido a tantas agressões; embaixo do terreno arenoso fica o subsolo, de argila impermeável, chamada aqui de "barro de louça" (empregado pelos índios da área na fabricação de peças, vasilhas de barro - panelas, pratos, Etc), de modo que a redução na espessura do solo vai diminuir a capacidade de armazenamento de água das chuvas facilmente drenada na areia; a inclinação do terreno arenoso, e considerando a fácil drenagem da água, faz com que surja mais uma forma de fuga da água do solo - por gravidade na direção dos riachos, maiores depressões do terreno; Antes do desmatamento esse solo arenoso com até 2m de espessura era capaz de absorver e armazenar a água de uma chuva de 100mm, sem escorrer, e mesmo que não chovesse mais durante o ano, todas as plantas dispunham de água abundantemente junto as suas raízes, permanecendo verde o ano todo; o excesso de água das chuvas, no caso  de 1.000 mm em 90 a 120 dias, era facilmente drenado para os riacho, criando e mantendo os olhos d´água, fonte de água que mantinha um filete de água corrente nos riachos durante o ano todo, manutenção da vida animal e vegetal; convém lembrar que semiárido é uma área onde chove até 500mm por ano, e que as plantas estão adaptadas para esse volume de chuvas; nesta área do agreste RN chovia de 300mm/ano, no tempo de El Ñino, e até 1.200mm/ano no tempo de La ñina, média de 500mm/ano. Pode-se dizer que  nenhum outro semiárido da Terra recebe mais de 500L/m²/ano de água das chuvas, fazendo com que essa área do NE fosse privilegiada em Vida - flora e fauna diversificadas, impensadas em qualquer outro semiárido; na Caatinga do sertão (não existe caatinga no agreste) a semiaridez natural é causada pela escassez de solo de sedimentação, e nenhuma oferta de chuvas, disponibilidade de água doce poderia mudar essa essa condição; o semiárido natural, a caatinga no sertão de 8 Estados, exceto no MA, tem  250.000km², enquanto o semiárido NE hoje pode chegar a 900.000 km², ou seja, 650.000 km² de semiárido artificial, facilmente revertidos em terras úmidas e férteis se o Homem soubesse captar e armazenar água doce das chuvas, nos valores disponíveis, Utilizando essa água doce das chuvas para restaurar a vegetação ao mesmo nível natural, e  repondo o solo arrancado, eliminado pelas atividades agropastoris.

Nenhum comentário:

Postar um comentário