Todo nordestino do interior conhece esse tipo de plantação que nossas mães mantinham sempre cuidada dentro do quintal; um jirau feito de varas transversais deitadas, suspenso em estacas de madeira, a 1, ou 2m de altura do chão, onde se plantada folhas verdes, ou folhas de cheiro - coentro e cebolinhas, presentes no almoço, misturados ao feijão macassar; se faltasse carne, que o nordestino chama de "mistura" do feijão, dava para "engolir" o almoço de feijão, folhas verdes picadas, e farinha; quando não tinha carne, quase sempre tinha rapadura; Observar que há uma cerca de varas deitadas que servem de parede, formando um caixão, onde se deposita o terreno composto de areia, barro (argila) e estrume de gado nas devidas proporções para se plantar as sementes das folhas verdes na superfície: as sementes de coentro, e o bulbo da cebola cortado em 4 ou 6 partes, cada parte um pé de cebolinha, que tem as folhas cortadas, colhidas para a refeição, e brotam novas folhas, várias vezes; Este sistema de plantação é chamado de "palanque" tendo em vista está suspenso em estacas; aparentemente não existe uma solução lógica para tanta " mão-de-obra" na construção do palanque; sabe-se que a água (aguação) colocada para umedecer permanentemente a superfície do terreno da plantação praticamente se perde atravessando os 20 ou 30cm de espessura do palanque; isto evita que a área (superfície) do plantio fique abrejada (com excesso de água), mas em se tratando de semiárido NE, onde a água é escassa no verão, é muita água empregada e pouca produção; Mas existe uma justificativa para fazer a "horta" suspensa: as cabras (caprinos) são criadas soltas em torno da casa, e podem ter acesso ao quintal da casa, danificando o palanque, mesmo sabendo-se que o odor ativo do coentro e da cebolinha não agrada os caprinos; quantos às galinhas caipira, que incluem a cebolinha e o coentro no seu menu, as mulheres mantinham uma de suas asas cortadas, e assim não poderiam voar para cima do palanque.
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