terça-feira, 7 de maio de 2013

Nova postagem.

Fotografia tomada na área rural de Riachuelo-RN, em 07/05/2.013 para mostrar uma das atividades de sobrevivência do Homem do campo do semiárido nordestino que não é aposentado do INSS, não é funcionário, nem contratado da prefeitura local, não tem acesso ás bolsas do governo federal;
Arrancou a vegetação pela raiz, exclusivamente juremas - Pithecolobium tortum, sem qualquer custos para o dono das terra, simplesmente para extrair a lenha para vender para as padarias; nessa área, originariamente CERRADO, exaustivamente explorada para a agricultura ou pecuária, ao longo de 100 anos, ou mais, todos os anos a terra é preparada para o roçado: arrancado qualquer planta, e toda essa massa orgânica vegetal vai compor as coivaras (montes de lenha seca) que é queimada; As únicas plantas que conseguem nascer e sobrevier depois de tantos anos seguidos de agressão é a jurema; não só brota da raiz, mas suas sementes podem germinar depois de 5 ou 6 anos enterradas. A jurema é uma leguminosa que representava menos de 1% da massa vegetal do CERRADO local, mas sendo a única planta resistente à estúpida Cultura agrícola nordestina, hoje representa mais de 80% da massa vegetal no agreste RN; Sendo uma leguminosa, a jurema dispõe de recursos biológicos para colher o nitrogênio do AR atmosférico, principal nutriente das plantas, permanecendo enfolhada o maior tempo do ano, independente da oferta de chuvas; apesar de ter grande massa de folhas verdes, o ano todo, somente os caprinos incluem a jurema no MENU, tendo em vista que suas folhas são muito amargas quando mastigadas; O gado bovino prefere comer folhas secas do que comer as folhas da jurema, mas há exceção quando nem folhas secas tem; sabe-se que nós, animais, escolhemos instintivamente os alimentos com base em sentidos físicos: olfato, paladar, e por vezes a visão (aspecto), quando deveríamos ter, instintivamente, o teor nutricional; Tudo o que a gente (e os animais) come vem do reino vegetal, direta, ou indiretamente; o Reino Vegetal é o reino produtor de alimentos; Toda planta tem alimentos para os animais; a jurema é muito nutritiva a ponto de fazer com que a cabra (caprino) produza muito leite e crie massa comendo suas folhas, mas há um inconveniente: a jurema cresce até 15m no cerrado do sertão e agreste NE, e tem muitos espinhos que cortam o couro, a pele dos animais, comprometendo comercialmente o couro. Considerando-se que a jurema é resistente à baixa oferta de chuvas, e produz grande massa vegetal em folhas tenras, verdes, o ano todo, o pecuarista nordestino poderia alimentar seu gado empregando uma ferramenta para coletar, colher as folhas na árvore, sem cortá-la, e misturar as folhas da jurema com um pouco de melaço de cana-de-açúcar, produzindo uma ração abundante, altamente nutritiva e atrativa, com o mínimo de investimento; Ao invés de deixar o gado morrer de fome, como é de praxe no semiárido, muitas vezes no meio de tanto alimento - as juremas que se tornaram uma verdadeira praga, principalmente por causa da predominância que inviabiliza, de várias formas, a germinação de sementes de outras árvores, e até as sementes do pasto natural (comer do gado) tem a germinação e desenvolvimento inibidos pelas juremas. As juremas derrubadas, transformadas em lenha, tem cerca de 8 anos de vida, salvando-se da foice, do machado (e do fogo) nesse período de 8 anos por que os donos das terras conseguiram se aposentar pelo INSS, como acontece com a maioria dos pequenos proprietários de terras do semiárido;  Assim não há produção, mas não há destruição do ambiente.

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