sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Educação ambiental

Área de cerrado junto a um afluente do rio Potengi, vendo-se em primeiro plano fruteiras (coqueiro laranjeira) plantada na várzea desse rio, e ao fundo da fotografia 2 casinhas, com respectivas cisternas (16.000L ou 16m³) para receber, durante o período das chuvas, o lixo-líquido que vem do telhado IMUNDO das casas, um projeto do governo federal, mas o que chama mais atenção é o tipo de terreno pedregoso, com lajedos, onde o homem fez seu roçado para plantar (se chover suficiente) milho e feijão para comer verde; nas casas há instalações elétricas, mas um bom analista pode concluir que pelo aspecto da moradia, das casas, o progresso não chegou aqui;  mas pelo aspecto a área poderia surgir outras indagações investigativas: 1) o aspecto seco da vegetação é causado por escassez de chuvas? 2) botar a "roça" em uma área tão acidentada e cheia de pedras é a única opção? 3) quando estas casas foram construídas há 50 anos,  ou mais  a situação era a mesma de agora?  4) os 16.000 litros de lixo-líquido armazenados na cisterna dariam para uma família de 3 pessoas, até que venham novas chuvas, no ano seguinte, tempo que pode chegar a 11 meses?
As respostas, na visão científica: 1) esta vegetação (da foto) teria nascido aí se não houvesse chuvas suficiente, já que a flora escolhe o lugar para nascer e viver de acordo com os 4 elementos da Natureza e suas variáveis atmosféricas?  De fato a vegetação no semiárido, onde a estação das chuvas dura de 60 a 150 dias por ano, liberam as folhas no verão, sem chuvas, para diminuir a dependência de água; complementando-se esse raciocínio, as plantas das várzeas, fruteiras, permanecem enfolhadas, verdes, no caso do coqueiro e da laranjeira, prova de que dispõem de água (na várzea) ao alcance das raízes compridas (no lençol de água subterrânea), mas as plantas rasteiras, e até a lavoura de milho e feijão, não alcançariam a água do lençol; 2/3) com relação á área  tão acidentada roça podemos que há 50 anos as pessoas plantavam nas várzeas do rio, mas o assoreamento do rio cobriu as várzeas, ou as várzeas foram arrancadas pelas enchentes, lembrando que o assoreamento tem como causa principal o desmatamento em torno das margens do rio, e portanto uma situação criada pelo Homem, e não pelo clima; quanto as enchentes devastadoras que levam as várzeas do rio, também tem como causa o desmatamento incondicional, com fogo, que deixa o solo desprotegido, NU, e impermeabiliza-o, de modo que qualquer chuvinha causa uma grande erosão, enchentes, nada a ver com mudança climática, ou melhor, tudo culpa do Homem; 4) quanto às cisternas, podemos afirmar, conhecimento de causa, que é uma das ideias de jericos que o governo federal teve (e tem) para o Nordeste, há 300 anos; inicialmente a açudagem (há vários deles nesta área da foto); depois poços artesianos e cacimbões (dezenas deles nessa área) com água salobra ou salgada até 100m de profundidade, teve a tentativa de se fazer chuvas artificiais (sem ter nuvens apropriadas) quando se pulverizava, com aviões, sal, cloreto de sódio na nuvem, forçando a precipitação de água salgada, um desastre; nos últimos 100 anos governo vem insistindo de que construindo um milhão de cisternas no semiárido NE de 890.000km², 30 milhões de pessoas, poderia-se amenizar a condição da seca; Há 10 ou 11 anos vem tentando fazer a transposição do lixo-líquido que escorre (na maior parte do tempo) no rio são Francisco, que jamais (felizmente) chegaria nessa área, já que no projeto o lixo seria depositado no açude Armando Ribeiro Gonçalves, em Açu-RN, a cerca de 120 km da área da fotografia; 80% das doenças do Homem nordestino vem no lixo-líquido que nós chamamos de "água de beber", dos açudes, poços artesianos, cacimbões, cisternas....

Nenhum comentário:

Postar um comentário