terça-feira, 6 de novembro de 2012

RGN

A casa da fazenda abandonada; junto ao rio Potengi, município de S. Paulo do Potengi-RN;
Para esboçar uma reflexão sobre as causas que levariam ao abandono desta casa antiga, casa de fazenda com mais de 100 anos, nos valemos da História do povoamento do RN, saltando no tempo para os idos de 1.830, quando a pequena a zona da mata RN, 2.000km², de Ceará-Mirim a Canguaretama estava densamente povoada por conta da monocultura da cana-de-açúcar, com seus engenhos produzindo rapadura, açúcar bruto, cachaça, mel, graças a ofertas de chuvas de 2.000L/m² ao ano, terras de massapê fértil; enquanto as famílias dos donos de engenho cresciam, 10 e até mais filhos por família, os engenhos iam sendo divididos, por herança do patrimônio, até que ficavam muitos pequenos, improdutivos; os filhos dos donos de engenhos que se formavam em curso superior, normalmente curso de direito, ingressavam na política partidária, abandonado as terras do engenho;  diante do exíguo espaço da zona da mata o governador da província do RN incentivava a ocupação do sertão, mas o homem da zona da mata acostumado a abundância de água, nos rios perenes, e subterrânea, exigia que suas terras no sertão fossem  bem servidas com rios, mesmo temporários; O rio Potengi (em foco, na foto) temporário,é o maior em uma área de 10.000km², incluindo a zona da mata, agreste e parte do sertão RN; rio temporário significa que todos os anos, durante a estação das chuvas, tinha água correndo no seu leito, lembrando que naquele tempo havia os olhos d`água em toda extensão do Potengi, que alimentava-o com um filete de água, desde as nascentes; por isso a água subterrânea no leito do rio era boa para se beber, irrigação de hortas no verão, dando cacimbas em todo leito do rio; as várzeas laterais do rio, em toda extensão, terras férteis, onde se produzia milho, feijão, batata doce, capim, mas corria-se o risco das enxurradas, enchentes levarem a plantação; nas partes altas, terras de cerrado, plantava-se, com as chuvas, milho, feijão, mandioca, macaxeira e o ouro branco - o algodão; As propriedades doadas ao fazendeiros, pelo governador RN, não eram menor que 6x12=72km²; a primeira seca veio em 1.877, 78 e 79, por conta do El ñino que permaneceu atuante durante 3 anos, reduzindo a oferta de chuvas para menos de 300L/m², quando o ambiente do sertão RN estava acostumado a uma oferta de chuvas de 400 a 1.000L/m²; a flora, a fauna e a agricultura sofreram um grande golpe com os 3 anos de seca, mas temos de explicar que a  nova condição no "tempo atmosférico" tem como causa o desmatamento incondicional do RN, já que a cobertura vegetal tem tudo a ver com o clima do lugar, de tal forma que o reino vegetal é o 5º elemento da Natureza; Mesmo no ano de El ñino o fazendeiro plantava capim nas várzeas do Potengi para alimentar o gado; Todos esses fazendeiros, pecuaristas, ficaram ricos, a ponto de comprarem patentes de tenente, major, coronel da Guarda Nacional, ou compravam título de nobreza - barão, conde, como por exemplo o Barão da Serra Branca de Santana do Matos/são Rafael-RN; Mas à medida que a família do fazendeiro crescia, as terras ficam pequenas para tantos donos, buscando-se novas formas de vida, quando os fazendeiros enviavam seus filhos para estudarem na Capital, Natal, e ao se formarem ingressavam na política partidária, ou se tornavam comerciantes, escritórios de advocacia,passavam a morar em outras capitais, particularmente Recife-PE; assim, os antigos fazendeiros iam morrendo, sem que algum dos filhos quisessem assumir a fazenda, sendo vendida a preço de banana para pessoas sem vínculo com a agricultura e pecuária, que muitas vezes permaneciam morando na cidade do município, onde tinham outas atividades, provavelmente o caso do abandono da casa da fotografia; Hoje, nessas casas de fazenda há apenas um casal de idosos, aposentados do INSS, alguns recebendo apenas um salário mínimo, 10 cabeças de gado bovino, com 2 ou 3 vacas para o leite do consumo de casa, e algumas cabeças de gado ovino para vender (para o machante, que mata com machado) para dispor de uma renda extra; Nas casas tem energia elétrica, TV, rádio, geladeira, e o puco que o casal de idosos recebe da Previdência quase não dar para comprar remédios; Se morrer um deles, o homem ou a mulher, os filhos colocam o outro (o pai ou a mãe) em um abrigo para idosos (casa de repouso?), fazem o inventário da fazenda, e vendem ao preço de terras mortas, improdutivas; se for uma área maior que 500 hectares os "sem terras" poderão invadir, e assim vender para o governo federal (INCRA) por um preço melhor; Felizmente, para o Bem do RN, do NE e da Humanidade, agora existe dsoriedem.blogspot.com, Educação Ambiental Científica, que nesse mister da informação verdade, não há terras mortas, nem secas, no caso do NE; é só uma questão de racionalidade.

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