Caatinga em Santana do Matos, sertão RN;
Não se pode defender o que não se conhece; quem conhece o problema conhece a solução; durante as postagens sobre a caatinga do sertão nordestino vimos que essa área tem uma massa vegetal de 0,03m³/m², com um individuo vegetal - arbusto ou cacto para área de 20 m², formando CLAREIRAS, ou caatingas, palavra indígena; que o sertão nordestino de 500.000 km² nos Estados PI, CE, RN,PB,PE,AL,SE,BA tem 250.000 km² de caatingas; caatinga é uma infinidade de clareiras que tem de 2 km² a 8 km², separadas uma das outras por rios temporários e suas várzeas, pelas bases das serras e serrotes, que também tem caatingas, e por solo e vegetação (nativos) de cerrados; nesta fotografia vemos uma grande CLAREIRA sem vegetação em primeiro plano, mas em toda área, que pode chegar a 8 km², delimitada por rios e serras (poderia ser vista numa fotografia aérea) os arbustos, predominantemente pereiro e jurema, estão dispersos, onde cada indivíduo ocupa uma área de mais de 20 m²; Há 50 ou mais anos essa clareira de primeiro plano tinha o cacto xiquexique preenchendo-a, mas ao longo dos anos de ocupação o pecuarista usou o xiquexique como única opção de alimentação do seu gado, no verão e na seca; na caatinga existe também os cactos palmatória e coroa-de-frade, com pouca massa vegetal, e assim não serve de alimentação para o gado; nas áreas de cerrado e nas várzeas dos rios existe o cacto mandacaru ou cardeiro, mas essas áreas foram desmatadas para os campos de lavoura e/ou de pastagem do gado; o fator que mais contribuiu para que a caatinga ser o semiárido natural, há milhões de anos, é a ondulação, quase acidentada que impede a formação de solo, e consequentemente não armazena(o subsolo é impermeável) água das chuvas, não há desenvolvimento de árvores (com maior massa vegetal por área), e proporcionalmente à baixa massa orgânica vegetal, menor variedade e número de elementos do reino animal - massa orgânica que participa da composição dos solos; nas clareiras, sem arbustos, existia uma massa vegetal composta de gramíneas, plantas rasteiras, que surgia com as primeiras chuvas, e permaneciam cobrindo, vestindo a parte externa do terreno, subsolo, durante 8 meses por ano, um benefício ambiental que multiplicava a vida (massa orgânica) por 6, podendo chegar a uma massa orgânica de 0,1m³/m², eliminada com a pecuária intensiva na caatinga; podemos dizer, baseados na evolução da vida animal e vegetal na Terra, que a caatinga do sertão nordestino há 100 anos simbolizava toda superfície das terras emersas há 400 milhões de anos, e hoje, com a devastação pela ação predadora do Homem, a caatinga do sertão NE representa o período de 600 milhões de anos atrás; isto significa dizer que em 200 anos de atividades predadora do Homem houve um retrocesso de 200 milhões de anos na vida da caatinga; quanto aos Cerrados e várzeas dos rios temporários do sertão nordestino, hoje totalmente desmatados para os campos de lavoura e pasto do gado, não podemos situar o tempo em que essas áreas não tinham cobertura vegetal, mas podemos afirmar, com certeza, que essas seculares agressões ambientais concorreram, SIM, para tornar o sertão nordestino inóspito, estéril já que assim aumentou-se a temperatura ambiental (com maior intensidade de luz solar), eliminação do solo agrícola nas áreas de cerrado, aumento da evaporação de água do chão, e da superfície dos açudes, e pior: reduziu, ASSIM, os atrativos naturais para as nuvens e para as chuvas; a oferta de chuvas foi drasticamente reduzida, as grande estiagens tornaram-se mais frequentes e prolongadas. Uma pergunta que todo analista desse trabalho deve está se fazendo com essa mudança drástica ocorrida no NE, por conta da ação predadora do Homem, enquanto no restante do Brasil, com o mesmo Homem e a mesma mentalidade destrutiva, ainda continua produzindo alimentos: 1) o Nordeste tem apenas 1/6 de semiárido natural - a caatinga, por não ter solo, uma dos 4 elementos da Natureza; o sertão nordestino, onde as caatingas estão inseridas, é 1/3 do NE, onde a oferta de chuvas é a menor do Brasil - chuva, água doce no estado líquido, é o 4º elemento da Natureza; com a eliminação incondicional da cobertura vegetal no NE, em 500 anos de exploração, todo o clima da região sofreu uma mudança para pior; a zona da mata NE, aonde o Brasil nasceu, já foi a área mais fértil, úmida e produtiva do Brasil; com o desmatamento vem as atividades agrícolas mecanizadas, eliminando o solo dos morros ondulados, e contaminando o solo, a água, e a atmosfera com pesticidas, inseticidas, adubos químicos; a terra nua deixa o solo exposto aos raios nocivos do Sol, à erosão, impermeabiliza o chão, elimina a matéria orgânica viva e decomposta do solo. Sem exagero se pode afirmar que o Homem conseguiu, com o envolvimento insustentável de 500 anos transformar a zona da mata em semiárido, e transformar o semiárido em deserto; a zona da mata recebia mais de 2.000L/m² de água das chuvas por ano, hoje reduzido para 1.500L/m²/ano; apenas o sertão NE recebia, em média, 500 L/m²/ano, hoje 2/3 do NE recebe 400L/m² ano;
Ao se continuar com essa agricultura destrutiva a próxima área a se tornar estéril, seca, no Brasil será a Amazônia; já está provado que o solo da Amazônia não se permite á exploração com agricultura e pecuária; com o desmatamento incondicional da Amazônia o clima do Brasil e de grande parte da Terra vai ficar mais DOIDÃO - grandes secas, grandes inundações, desequilíbrio total.
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